A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música.
Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena,
é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando
primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas,
cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.
No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da
Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para
suprir este déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no
início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos.
A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar, o escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a
trabalhar à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições
físicas. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de
combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma
ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse
sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães-do-mato, sempre armados e montados a cavalo.
Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto
cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o
exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo
ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e,
frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa
em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e
contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas
especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo.
Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de
espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no
mundo inteiro.
O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos
antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente,
capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em
um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo
em um gesto amigável.
Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de
etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou
definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo
brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
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